Perdemos mais tempo arrumando desculpas
do que vivendo. Adiando do que aceitando a dificuldade. Perdemos mais tempo
explicando a desistência do que enfrentando o sim. Garanto que a fuga dá mais
trabalho do que se encontrar, pois estaremos longe, mas com saudades. Estaremos
protegidos, mas vazios. Aliviados, mas entediados. A vida é simples, não há
como acalmar o coração senão vivendo. Parece que não conseguiremos, mas
acredite, a vida é feita de sustos bons. Os riscos valorizam a recompensa e viver
não é para solitários.
Pensei que nunca me equilibraria
em uma bicicleta, mas minha mãe fingiu que segurava minha garupa e pedalei de
olhos fechados. Pensei que nunca aprenderia a ler, mas as letras garrafais e
bem delineadas da “tia” da escola foram minhas primeiras histórias. Pensei que
não teria namorada, mas o beijo veio distraído no recreio da segunda série.
Pensei que não entraria na faculdade, mas sacrifiquei noites sobre livros e
depois desfrutei de boas calouradas. Pensei e fui fazendo e fazendo.
Acha que somos impossíveis, mas é
do impossível que o amor gosta. O impossível é o possível repartido.
Texto adaptado.
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