sábado, 17 de outubro de 2020

This is Us (2016)

 

Hoje não trago um filme, mas sim uma série. This is Us foi lançada em 2016 pela NBC e criada por Dan Fogelman. Nós acompanhamos a vida de trigêmeos durante o passado, presente e futuro. Temos no elenco o casal Jack (Milo Ventimiglia) e Rebecca (Mandy Moore) e os filhos, Kate (Chrissy Metz), Randall (Sterling K. Brown) e Kevin (Justin Hartley). Cada um possui seu arco na história, onde acompanhamos suas vidas quando crianças e adultos. Jack possui problemas com o álcool e dificuldades financeiras após voltar da guerra. Rebecca, uma cantora amadora que não pensava em ter filhos. Os dois se apaixonam e têm que enfrentar dificuldades quando descobrem que terão trigêmeos. Quanto aos filhos, temos Kevin, um ator de televisão cansado com sua carreira superficial; Kate, uma mulher obesa com problemas emocionais com a mãe e dificuldades para emagrecer; e Randall, que encontra seu pai biológico que o abandonou quando ele nasceu.

A série é um drama familiar, mas nada estereotipada. Tenta fugir dos clichês ao demonstrar os problemas reais que as pessoas envolvidas passam, sejam traumas antigos ou novos, a série tenta revelar que todos temos fantasmas e desafios a enfrentar, mas claro, sempre considerando a condição social, financeira e emocional de cada personagem. Por isso, você corre o risco de se emocionar bastante ao acompanhar a vida dessa família, muitas vezes disfuncional, mas também muito unida por laços de amor.

Outro ponto alto da série é que ela aborda temas atuais, como alcoolismo, obesidade, depressão e adoção. Nós conseguimos gostar dos personagens tanto pelas qualidades como pelos erros (bem humanos) que cometem.  Ademais, mesmo se tratando de um drama, a constante troca no fluxo temporal na história dos Pearsons deixa o enredo dinâmico, emocionante e não muito arrastado e por isso a série vale a pena.


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A pé ele não vai longe (2018)

O longa-metragem de Gus Van Sant conta a história do cartunista John Callahan. Não é oficialmente uma biografia, mas apenas baseado na vida do artista. John (Joaquin Phoenix) era alcóolatra e, após sofrer um acidente de carro na década de 70 e perder o movimento das pernas, teve que se reinventar. Não só buscar ajuda para combater seu vício, como aprender a desenhar com o pouco movimento que ainda possuía. John desenhava com o lápis entre suas mãos. Ficou famoso pelo seu humor ácido e ironias. Criticava o racismo, a sexualidade, a sociedade e sua própria deficiência.

No grupo de apoio, ele conhece Donnie (Jonah Hill), que o acompanha nessa jornada de redenção pessoal. O filme, no entanto, não fantasia ou glorifica a sua superação, ao contrário, mostra com certa realidade os lados positivos e negativos sobre a vida conturbada de John. Mostra, por exemplo, o quão bom eram os momentos quando ele bebia muito e perdia o controle, sem colocar um culpa no personagem. Por outro lado, também mostra as dificuldades que ele possuía devido sua deficiência.

Esse filme mostra várias linhas do tempo do protagonista antes e depois do acidente e tem uma vibe feel-good-movie, pois, além de possuir uma fotografia clara, os quadrinhos que surgem na tela eventualmente ajudam a trazer leveza à experiência. É uma boa atuação em uma história de superação sem grandes glórias hollywoodianas. A jornada do artista no sentido da aceitação e adaptação, o que, mais uma vez, deixa o filme fiel à realidade.