quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Essa calou os americanos!


Não é uma notícia nova, mas vale a pena ler de novo, até porque não é todo dia que um brasileiro dá um esculacho educadíssimo em um americano.

Durante um debate em uma universidade, no EUA, o Ex-ministro da Educação e Ex-Governador do DF e atual Senador, Cristóvam Buarque, foi questionado sobre a internacionalização da Amazônia. O americano que perguntou disse que esperava uma resposta de um humanista, e não de um brasileiro. Bem, essa foi a resposta do Senador:

“De fato, como brasileiro eu defenderia que sou contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nosso governo não tenha o devido cuidado com o patrimônio, ele é nosso.

“Como humanista, sentindo a degradação que sofre a Amazônia, é natural que isto se torne um problema mundial e defenda-se a internacionalização. Bem, se a Amazônia, sob a ética humanista deve ser internacionalizada, deve-se internacionalizar também as jazidas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante quanto a Amazônia, apesar disso os donos do petróleo sentem-se a vontade para aumentar e diminuir o preços dos combustíveis. Da mesma maneira o capital financeiro dos países ricos também deve ser internacionalizado. Se a Amazônia é tão importante então, de fato, não pode ficar nas mãos de uma só pessoa para queimá-la. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego criado pelas especulações arbitrárias dos países ricos. Antes mesmo da Amazônia gostaria de ver a internacionalização dos grandes museus. O Louvre não deve ficar apenas com a França. Trata-se de um patrimônio mundial e não um privilégio dos milionários egocêntricos como um japonês de decidiu ser enterrado ao morrer com um quadro de um pintor famoso. A cultura é para o mundo inteiro.

Neste encontro aqui nos EUA muitos representantes tiveram dificuldade de entrar na cidade nas fortes fronteiras americanas, assim acho que a cidade de Nova York deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a todos, assim como Veneza, Paris e Rio de Janeiro, Brasília e Roma.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia para não deixá-la nas mãos dos brasileiros, então vamos internacionalizar as reservas nucleares dos EUA, pois estas podem criar uma destruição milhares de vezes maior do que qualquer queimada na Amazônia. Defendo trocar a internacionalização de floresta por dívida. Comecemos garantindo que cada criança no mundo possa COMER e ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as todas elas de igual modo, independente do lugar que estão dando a elas os mesmos materiais escolares.

Como humanista, defendo a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja só nossa. Só nossa”