terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Parasita (2019)



Fazendo jus a ascensão do cinema sul-coreano, “Parasita” traz uma crítica social importante em um ótimo e provável melhor filme de 2019. Trata de duas famílias, de um lado os Kim, família pobre que vive em um sub-andar - quase-porão - em um nível abaixo da rua, com visão para uma lixeira constantemente urinada por bêbados. Do outro lado, os Park, a família burguesa que vive em um bairro rico, na parte alta da cidade.

Aos poucos, os Kim conseguem se infiltrar na família Park, quando o filho vai ensinar inglês para a filha dos Park. A partir desse ponto, o diretor Bong Joon-Ho trata com um humor ácido as artimanhas e malandragens dos Kim para conseguirem se aproximarem da família abastada. Exemplo disso é quando o filho dos Kim fala para toda obra artística “que metafórico!”, ironizando como a burguesia retratada nos filmes se considera melhor que os demais.

O segundo e terceiro atos são intensos e assumem conotações sombrias, dando um ritmo quente e extremamente interessante à narrativa, já que são feitas revelações na trama que mudam todo o plano da família Kim. Creio que o interessante nesse filme é como o diretor aborda a estratificação social na coréia (assim como também vemos aqui) através de metáforas, como, por exemplo, o fato de os Kim morarem bem abaixo da rua e os Park em uma colina, fato percebido quando eles sobem e descem a via, enfatizando as diferenças sociais. Por fim, o modo como os Kim se “unem” aos Park justifica perfeitamente o nome do filme.

“Parasita” é um filme genial, com belas tomadas e situações cômicas, fortes e também muito intrigantes.