quinta-feira, 22 de junho de 2023

Ser feliz não é fácil, mas vale a pena


Nesses dias me deparei com um conceito novo: felicidade eudaimônica. O que explicou bem por que escolhi fazer Crossfit e Muay thai, em vez de ficar deitado vendo Netflix. Bem, sempre que pensamos em felicidade, ao menos em curto prazo, lembramos dos momentos breves, porém prazerosos, que caracterizam o que chamamos de felicidade hedônica. Quando comemos um chocolate, vemos vídeos no Tik Tok de cachorrinhos ou relaxamos no sofá, podemos dizer que ali está o hedonismo.

Contudo, o ser humano pode ficar viciado nesses estímulos fáceis, mas também instáveis. Por outro lado, há uma felicidade que demanda tempo, dedicação e certo esforço para ser obtida, a eudaimônica, que mostra que o homem não prefere sempre receber tudo fácil e que certa dose de trabalho duro pode gerar um bem-estar mais longínquo.

Isso foi demonstrado por experimentos em que os participantes tinham a opção de ficar ociosos ou ocupados (caminhando por 15 minutos, por exemplo). Poucos participantes escolheram estar ocupados, a menos que fossem obrigados ou oferecida uma recompensa. No entanto, os pesquisadores descobriram que aqueles que passaram 15 minutos caminhando acabaram significativamente mais felizes do que aqueles que passaram 15 minutos parados. Em outras palavras, a ocupação contribuiu para a felicidade, mesmo quando se achava que seria melhor ficar ocioso.
 
Os animais, por exemplo, parecem entender isso instintivamente: em experimentos, a maioria prefere trabalhar para obter comida do que receber alimento de graça. Pesquisas mostram que o esforço é essencial para esse tipo de felicidade, o que explica a satisfação e orgulho ao concluir uma tarefa extenuante. Ou seja, nem sempre ficar na praia ocioso por dias pode gerar mais felicidade.  Isso pode explicar por que algumas pessoas preferem fazer um esforço significativo durante seu tempo livre. E explica por que escolhi fazer Crossfit ou Muay Thai, mesmo sendo atividade cansativas e fora da minha bolha social (risos).  
 
Logo, não devemos evitar uma ou sempre priorizar outra, o melhor dos mundos é o equilíbrio entre as duas felicidades. Evitar sermos escravos da dopamina de curto prazo - evitando redes sociais em excesso, comidas gordurosas ou doces, ou dormir até tarde mesmo sem sono -, e trabalhar mais por buscar atingir metas, ainda que requeira um pouco mais de esforço e tempo, mais que pode gerar algo bem melhor e mais duradouro para sua saúde física, mental e emocional.

quinta-feira, 30 de março de 2023

trinta do três


Aniversários são estranhos para mim, sabe? Inferno astral e toda aquela coisa de ansiedade. Já fui mais cético ou despreocupado com essas coisas, datas e números acrescidos à idade. Talvez pelo fato de raras vezes comemorar este dia, da maneira mais tradicional, digamos. Hoje, confesso, dou um pouco mais de valor. 

Eu só acho que tem dias que nos sentimos melhores que outros. Nesses dias bons, poderíamos fazer nosso aniversário, tipo fazer uma rotatividade e escolher um dia para celebrar. Por exemplo, nós escolhemos o dia do casamento, o dia de uma viagem ou das férias. Então, poderíamos também escolher o dia do aniversário. O dia exato do nascimento ficaria lá como uma lembrança, é só uma data. Já o dia de festejar, por outro lado, seria algo planejado e escolhido, aí sim seria mais...espontâneo. 

Não me entenda mal. Eu gosto do meu "dia". Acho-o emblemático, quase cabalístico. 30/03. 3 zero, zero 3. 30 barra 3. Trinta do três. É um palíndromo dos números. Só acho que, às vezes, nossa força de vontade e livre arbítrio poderia valer mais que a posição da lua em marte na hora exata que nascemos. Novamente, não se engane, acho bem divertido o horóscopo. Rende sempre muitas boas conversas, principalmente com vinho e uns aperitivos. 

Já comemorei "nivers" de todo tipo. Viajando, com a família, com amigos, "conjes" ou sozinho. Todos tiveram seus significados e valores. Seja num bar seja em casa durante a pandemia comendo bolo e torcendo para não tossir e perder o ar. Independente de como seja e de como serão os próximos, vou prezar pelas pessoas e energias positivas que tenho recebido sempre. A idade e a maturidade me trouxeram mais (re)significados e aspirações. 

Logo, seja num dia de chuva (março sabe como é, né) ou num de sol, como o de hoje, vou priorizar um novo e utópico horizonte, pois como disse o poeta Eduardo Galeano, "...é para isso que a utopia existe: para nos fazer caminhar".