sábado, 29 de outubro de 2011

Justiça cega, surda e muda


“Para a sociedade, bandido bom é bandido morto”. Essa é uma das frases que compõem o filme Tropa de Elite 2, de José Padilha. Traz à tona apenas aquilo que existe, e que bate à nossa porta, mas ninguém trata com sinceridade: A revolta civil perante a criminalidade, não apenas no RJ, mas, também, no Brasil como um todo.

Manchetes em jornais, TV, internet, o que vemos é uma carnificina ao vivo financiada pela alta cúpula da administração pública; justamente daqueles que deveriam zelar pela segurança, mas o fazem sempre em troca de algo, no caso, propina, aluguel, drogas, poder. Sai a figura do traficante e entra o lobo travestido de ovelha: a milícia. O Comando e controlador das comunidades, onde a “segurança pública” tem preço, mas não tem vez, nem voz!

No ano de 2010, as facções (termo semelhante ao usado com os diversos grupos de traficantes) dominaram 42% das favelas do RJ. O revoltante não é apenas a vassalagem nas favelas brasileiras, mas é saber que o financiamento de toda essa barbárie provém dos governantes, que, em troca de favores, tornam-se falsos heróis pois "libertam" a comunidade do tráfico (entre os pobres), mas perpetuam o crime entre as paredes dos salões nobres das assembléias legislativas, onde o povo apenas vê passivamente, mas, como na favela, não consegue gritar por socorro.

O “Sistema” existe sim! É forte e silencioso! Destrói famílias, favorece poucos em troca da vida de muitos e está incorporado a aquilo que somos como brasileiros, vítimas e bandidos ao mesmo tempo. Todos nós! Não há Direitos Humanos que resista ao sistema. Não há paz que se comprometa com o ego humano.

“O homem é mal por natureza” já dizia Maquiavel.