segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Professor



Hoje é um dia que passa por nós como os demais, apenas percebido pelo fato de ser um dos vários feriados em nosso país, mas, de fato, é um dos poucos dias que merecem esse famigerado título de feriado, ou de pelo menos lembrado. Dia dos professores!

Não sou professor (já tentei), mas confesso que vontade não falta, pelo caminho traçado, pelo conhecimento adquirido e claro, pelo oportunidade de repassar algo a alguém. É uma ótima sensação, ou deve ser. Nosso país não carece de políticas públicas para a educação, seja na manutenção, seja no fomento do ensino. Elas existem! No entanto, não são plenamente adequadas ou implementadas. Concorrem com outros “interesses” que não geram resultados eficazes ou atingem um porção pequena da população.

Penso que diante de greves, más condições de trabalho e ensino, escolas sucateadas, insegurança e baixíssimos salários, nossos representantes poderiam fazer algo a mais, valorizando a função do professor e não apenas o cargo. O ensino, assim como o conhecimento está em diversos lugares e a capacidade de lecionar esta em todos os recôncavos de nossas escolas (públicas, principalmente), mas não são alvo da nossa deficiente política.

Ao contrário da maioria, não acho que o governo não valoriza nossos professores, creio que nosso país não valoriza o que eles fazem. 

(Este na foto era foi meu professor de matemática, na 8ª série, Pedro Airton. Um dos melhores que tive. Só ele mesmo para fazer simulados na quadra da escola, gincanas de questões de Baskara (era o terror), vivia com suas mãos sujas de giz, sempre com um bom humor e rara excentricidade. )

segunda-feira, 8 de outubro de 2012



Meus amigos, o ministro Joaquim Barbosa, do STF, poderá ser chamado à presidência da Corte Suprema nessa quarta-feira, 10. Com a iminente aposentadoria do atual presidente, ministro Carlos Ayres Britto, a nomeação poderá ser em novembro. Será uma chance de ver melhor a figura do “exaltado e adorado” ministro Joaquim à frente do Tribunal. Em entrevista à Folha de SP, ele afirma não ser um herói no presente julgamento do mensalão (ele se considera mais um anti-herói, rs), mas confirma sua incisividade nas acusações, pois traz de sua experiência como ex-procurador da república essa veia pela proteção da administração pública.

Votou em Lula nas duas oportunidades para presidente, não nega. Ele sabe da melhoria que o país obteve (não sou partidário do PT, ok?) por isso não escondeu seu voto, além de é claro ter sido nomeado pelo ex-presidente para a cadeira no STF. Mas, apesar disso, opõe-se piamente a bonificações e favoritismos políticos e sabe que tem que ser imparcial e julgar. É o que está fazendo desde então.

Considero o ministro Joaquim Barbosa um juiz da corte, e ponto. Também não o considero herói, creio que essas definições advêm do fato de não termos o costume de fazer o correto ou bons exemplos na nossa alta cúpula do país. Considero-o um brasileiro que sofreu (e sofre até hoje) com nosso famigerado racismo, fruto de anos de escravidão e retaliação social devida à cor da pele. Considero-o simples, tímido, humilde, mas com uma personalidade ímpar e forte. Admiro quem se dedica a uma causa e crer que, de fato, aquilo fará diferença e que consegue desenvolver-se na vida. Foi o caso dele, da pobreza e dos banhos no rio de sua cidade no interior mineiro até o ponto maior na nossa justiça.

Assim, exalto-o, não pela sua posição no Judiciário ou por sua figura estar na mídia (acho que isso até o assusta), mas pela sua capacidade de ser quem é, que faz o que tem que ser feito. Julgar e defender nossa constituição.