terça-feira, 3 de setembro de 2019

Onde vivem os monstros



Esse filme é uma adaptação de um livro feita por Spike Jonze. Acabou se tornando uma historia indie-infantil para adultos. É uma grande metáfora dos sentimentos de uma criança e seu crescimento, amadurecimento. Quanto ao enredo, conta a historia do garoto Max que, após ser colocado de castigo pela mãe, foge de casa vestido de lobo e acaba chegando a uma ilha habitada por criaturas.

Há uma constante dúvida se o garoto fugiu de fato e encontrou esse lugar mágico ou se tudo era fruto de sua imaginação. Sendo imaginação, os monstros representavam sentimentos do garoto ou as pessoas próximas a ele? Um desses monstros, Carol, dublado magistralmente por James Gandolfini (Os Sopranos), representa bem essa dualidade entre solidão e ira, sentimentos contidos no próprio Max. De cara, Carol se torna o monstro predileto dele.

Spike Jonze trata o filme como uma fábula, quase um conto infantil. A fotografia de Lance Acord é magistral e sabe jogar bem com a luz natural do sol e as sombras da floresta. Os monstros são reais, com exceção das expressões faciais que são feitas via computação gráfica. Por fim, podemos dizer que Onde moram os monstros é um filme esquisito, diferente. Sua mensagem é relativa e pode ser interpretada por diversos ângulos. Provável que essa era a intenção do diretor. Não há moral da história, mas sim um fluxo de emoções sentidas entre aquele garoto e seus amigos monstros, no único lugar que ele se sentia bem, como um verdadeiro rei.