sexta-feira, 21 de junho de 2013

Democracia contra a letargia


As manifestações realizadas nestes dias buscam diversas reivindicações e não se voltam apenas para a queda de um regime de governo. Essa pluralidade de questionamentos traz à tona uma dúvida sobre nossa democracia e sua eficiência.

Bem, ao contrário do que muitos pensam, nosso sistema eleitoral/democrático funciona (e muito bem). É um dos mais modernos do planeta. No entanto, vivemos, creio eu, uma crise de representatividade, onde quem assume cargos políticos não nos representa de fato, ou extravia-se dos objetivos que outrora defendia.

Penso que a população cansou de ver na pauta política discutida assuntos irrelevantes ou que, direta ou indiretamente, tornar-se-ão inúteis com o tempo. Projeto de cura gay, aumentos salariais dos congressistas, discussões de legitimidade entre o judiciário e o legislativo, dentre outros temas igualmente desprezíveis ou que retardam nossa justiça, como a Pec 37. Enquanto isso, o custo de vida aumenta, dentistas são queimados vivos, jovens são assassinados por causa de um celular e um pai sofre para levar seus filhos ao colégio com uma passagem absurdamente desproporcional à sua realidade.

Assistimos à elitização do futebol e à farra com a concessão de diárias para “apadrinhados” políticos irem à Europa, enquanto a massa do povo sofre com o desprezo dado ao SUS e ao transporte público. Infelizmente, no Brasil, a mídia mostra, mas não provoca. Prefere-se falar sobre quantos milhões o Neymar vai ganhar a discutir uma possível redução de impostos ou uma CPI dos estádios superfaturados.


No Brasil, o buraco é sempre mais embaixo.