quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Aquela velha casa


Naquela velha casa havia coisas antigas, um assoalho frio e paredes descoloridas. Havia, também, quadros na parede de pintores desconhecidos, além de uma intensa saudade presente no ar. Alguns sabiam que aquela casa existia, e bem poucos já tiveram o privilégio de conhecê-la por dentro. Abrir a antiga porta de entrada, pisar no tapete empoeirado, andar pela pequena sala com seus poucos móveis ancestrais. Havia uma pequena luz que iluminava o sofá do século passado cor de vinho e de tecido europeu. Era uma casa simples, mas que contava muito de si. As paredes eram o museu para as pequenas obras de arte que desencadeavam emoções diversas, uma quase melancolia invadia a alma ao ver aquelas pinturas. Ao fim de um estreito corredor, um quarto. Apenas um. Uma cama grande, branca e encorpada ocupava quase todo o espaço. Uma escrivaninha de madeira ocupava o seu lado, com porta-retratos, sem fotos. Dentro de uma gaveta, velhas cartas, com letras amorosas, que revelavam um passado bucólico entre duas pessoas. As letras contavam uma humilde história de amor. Quem chegava ao ponto de ver aquela velha casa, sabia que nada poderia retirar dela, tampouco os sentimentos que ali moravam, sem ninguém nela residir. As pessoas, entravam, saíam e levavam lembranças nunca vividas, porém nunca esquecidas.