quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Não diga que já vai


Nunca venha me dizendo que já vai. Por favor, não me deixe sentir saudades. Não bata na porta dando um adeus ao entrar. Não faça movimentos bruscos com seu sorriso porque isso é baixaria no meu coração. Faça e desfaça tudo e diga que não vai dar, mas nunca, nunca mesmo comece um desenho já pedindo uma borracha. Na vida, tudo é feito à caneta. No máximo se pula um parágrafo ou se vira a página.

Não procure entender o fácil. O óbvio é enigmático quando se olha de perto. Suplique aos céus, caia de joelhos e não minta para si mesmo. Não peça para gritar “gol” ouvindo o rádio. A “geral” gritará mais forte. Pegue o ônibus quando não tiver dúvidas. Pegue o carro e atravesse a cidade quando quiser ter certeza. Não dê sobrando e espere o troco. O que sobra nunca é resto. Chore sozinho, porque a esperança é cinza, quem sabe? Comece e termine.

Ame e esqueça, às vezes; mas nunca, nunca mesmo, venha me dizendo que já vai.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

...mais um devaneio eleitoral


Comparando os dois planos de governo e estritamente o aspecto econômico, que é o que mais pesa numa administração pública e reflete-se em toda a sociedade, vemos duas vertentes opostas, mas não comparáveis. Não podemos fechar-nos em uma visão geral, temos que analisar o contexto e a própria fisiologia do país em que vivemos.

Historicamente, o Brasil tendeu (até porque nada é perfeito) a ser um Estado Social, natureza dada pela CF/88, vertente não vislumbrada, ou meramente descartada, na pretensa ação econômica do partido tucano. Esse afirma que o que país tem feito é errado, isso porque é comparado com a ótica Neoliberal. A economia não é uma ciência exata, deve-se ter uma ponderação com o modelo de Estado adotado. Bem, o fato do PSDB ter dado as diretrizes do Bolsa Família, isso não o torna o desenvolvedor de uma política social. A visão econômica do atual governo não é igual ao PSDB, é muito mais ampla que isso.

A política esquerdista deu ênfase à universalização de serviços públicos essenciais e sociais, principalmente depois do lançamento do Brasil Sem Miséria cujos pilares são política de transferência, ampliação do acesso a serviços e inclusão produtiva. É certo que pode não ser a mais progressista, mas levemos em conta que o déficit social do país é centenário. Méritos também à política keynesiana que atuou firme durante a crise mundial, com o país gastando e investindo, em vez de entrar em recessão e arrocho junto com os temerários países europeus. Além disso, o Bolsa Família é sim compatível com um estado neoliberal, mas um estado SOCIAL está longe de compatibilizar-se com uma filosofia neoliberal.

Eu não acredito nesse modelo de Estado Mínimo para o desenvolvimento socioeconômico de um país tão desigual como o Brasil. Exemplo é que o candidato PSDBista propõe concessão de crédito fácil a médico para construção de seus consultórios, isso é PRIVATIZAÇÃO da Saúde! A historia também nos mostra que não foi com medidas neoliberais que países se desenvolveram de forma igualitária. Vamos olhar para a sociedade e ver o quanto um país pode crescer com a política e gestão adequadas às suas finalidades.

Não sou de Partido algum. Sou do Nordeste sim, tenho afinidades com a esquerda e uma linha de pensamento que é fruto do que eu analiso da política do país, humildemente.