sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tudo passa, tudo passará


Interessante na vida como circunstâncias nos fazem mudar certas concepções. No meu caso, foi quando me internei no hospital(público). Assim como tanto outros , eu era um paciente, apesar de eu ter em minha mente que era apenas mais um, depois percebi que não pensara equivocadamente. Lá não possuia nome, apenas número, mais precisamente eu era o “M-19”, ou seja, maca 19. Permanecer uns dias em um corredor permitiu-me refletir – isso quando não ouvia gritos ou o som das macas passando ao meu lado – sobre ‘aquela vida’. Presenciei não apenas o descaso com o nosso sistema de saúde, mas o processo de desumanização presente naquelas paredes. O espaço em um leito é concorrido, portanto, as açoes de ajuda são apenas paleativas, ou de apenas subsitencia (“um trato rápido”).

As placas de silencio nas paredes são uma ironia perto daqueles barulhos. Soros e medicações? Perdi a conta. É estranho andar com algo (soro) em sua veia, lembra as correntes, neste caso, aversamente ao sentido metafórico, já que aquilo era minha fonte de nutrição.

Apesar disso tudo, presenciar a calamidade pública foi renovador. Conheci trabalhadores, batalhadores, sonhadores, Brasileiros! Pessoas que se sacrificam ao dormir ao lado de seus parentes em cadeiras de ferro sem conforto algum. O que vi não esta nos emails bobos que recebemos sobre conscientização, não! O que vi foi a realidade. Isso modifica o que pensamos.

Sem saúde não somos nada e lutar por ela, ajudando o próximo é o que, definitivamente, diferencia-nos e aproxima-nos de nossos irmãos, dignifica a alma.

Preserve sua saúde.

(apesar da triste situação, este espaço é para agradecer e destacar o trabalho dos profissionais de saúde que ali estão, com certeza bem qualificados.)