quarta-feira, 18 de março de 2015

A (Não) Dicotomia


E daí, que ela fale alto no bar? Que ela divida a conta com você? E daí que ela ande com camisinha na bolsa? Que beba cerveja na garrafa e goste de futebol? E daí se ela gosta de rock? Que ela não saiba cozinhar? Que defenda o aborto? E daí se ela tenha tatuagens? E daí se ela não usa cor-de-rosa? Que não queira ter filhos? Que não chorou no final de Titanic? E daí se ela saiba dirigir melhor que você? Que ela te chame pra “tomar uma”? E daí se ela não tenha passado da página 3 do livro da cinderela? E daí se ela prefere Rubem Fonseca a Oscar Wilde? E daí se ela não faça dieta e não poste foto de comida no instagram? Problemas socioculturais de uma sociedade machista.

E daí? Ela vai te amar mesmo assim.

E daí, que ele não fale palavrão? Que não abra a porta do carro? E daí se ele não joga futebol às quartas? Que ele não saiba fazer churrasco? Que ele tenha medo de tomar choque ao trocar uma lâmpada? E daí se ele gosta de história e artes plásticas? E daí se ele sabe a diferença da água sanitária e do detergente? E daí que não tenha carro? Que ele goste de conversar no motel? Que ligue a noite sem motivo? E daí se ele não tem justificativa pra tudo? E daí se ele gosta de escrever cartas ao invés de jogar pôquer? Ou se ele viu “500 dias com ela” umas 500 vezes?

E daí? Ele vai te amar mesmo assim.