sexta-feira, 29 de junho de 2012

Não há definições





Não creio que grandes vitórias ou terríveis derrotas possam definir alguém. Nesses momentos somos extremos de nós mesmos, estamos no êxtase do que podemos ser. Na maioria das vezes estamos no comum, no cotidiano, na rotina que é tanto temida, na linha tênue do sorriso de meia-boca e das lágrimas nos lençóis. Esses momentos é que nos definem.

Temos que nos comparar sempre com aquilo que podemos ser de melhor! Não por clichê de frases de Google ou de autores de autoajuda que faturam milhões à custa das decepções alheias, não, mas porque sabemos que a nossa maior conquista está no dia-a-dia, quando precisamos de ajuda e só podemos recorrer a nós mesmos. Não há amigos que resolvam nossos problemas mais rotineiros, pois, se mal resolvidos, eles retornarão como as batidas do sino da igreja fazendo com que você acorde logo cedo.

Você não superará todos os seus problemas, caia na real. No entanto, pode viver com o que tem de melhor em si, e que, por mais que a noite não acabe ou o sol seja mais forte que seus olhos, você sabe que terá que continuar.

O mundo tem que continuar. As pessoas irão te trair. As pessoas irão te amar.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Nuances Juninas


Ruas enfeitadas, fogos de artifício, sons à meia noite. Em certas datas, experimentamos várias nuances, facetas do comum e do irreverente também. Depende de cada um. Felicidade e Paz em certos dias, mas há também angústia, solidão e tristeza nas valas na beira da estrada, nos viadutos esquecidos, marcados com o grafite de outrora, pessoas que sobraram, assim como os copos descartáveis ao sabor do vento da madrugada.

Há mistura de sentimentos e de fatos, a alegria e a inquietação, a festa e o filme debaixo do cobertor, a canjica e o cigarro, a índia e a recordação. Não se pode ter apenas uma visão e uma equivocada generalização; curtem-se os dois momentos. Pular a fogueira e escrever à luz da TV. Na barraca do beijo a sedução consumada. No devaneio da noite a perfeição contemplada. Vivemos as duas faces. Momentos que de tão comuns, são diferentes.

Se dormir, sonhe com a celebração. Se for comemorar, não esqueça que a noite sempre termina.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Alguém Especial


As pessoas pouco sabem do sentido ou dos reais significados de suas histórias. Uns buscam saber, outros apenas vivem. Admiro quem dá um porquê às coisas, mas me encanta quem apenas vive, pura e simplesmente. A pessoa assim é interessante. Talvez peque em detalhá-la, mas ousarei em descrevê-la.

Essa pessoa torna-se interessante quando apenas vive a vida com tudo que tem para ser vivida, livre como uma nuvem em um céu distante. Quando acorda tem uma singela felicidade, assim como ao dormir. Quando sente fome, come e faz disso um evento. Quando conversa é alegre e direta. Quando olha o sol, sabe que amanheceu e que a vida continua. Seu semblante é uma pintura neoclássica e sua voz é uma música impossível de não dançar. Dos pensamentos não preciso falar. Essa pessoa é perfeita em se mostrar, é feliz ao se abraçar, é poesia ao cativar.

Um rosto meigo, um sorriso faceiro, que nada precisa falar, pois já tem o amor em seu olhar.

Esse foi para você.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tecidos bordados dos céus



Sempre questionei o modo como, despretensiosamente, outras pessoas buscam incessantemente fazer com que suas opiniões sejam as prevalentes. Isso independe do tema discutido, de política econômica ao futebol de várzea. As pessoas querem mostrar serviço, mesmo que não entendam o suficiente sobre algo. Não vejo problema em dizer que não sei ou que já ouvi falar. Faz parte do crescimento humano entender e, caso não consiga, buscar meios para fazê-lo.
Todos nós temos sonhos, vidas isoladas e em sociedade. Não cabe a mim ou a qualquer pessoa dizer o que é certo ou não, mas apenas definir o que é, naquele momento, adequado – desde que seja de conhecimento de todos ou provado. Penso que cada pessoa tem uma “base” para se apoiar, que origina suas ideias. Creio que nossas crenças não estão apenas na nossa mente, cabeça ou coração, mas acima de tudo em nossos pés! Sim, pois eles se movem e nos movem. Nossa base, força. Assim, não sobrepuje seus sonhos ou opiniões em detrimento dos outros, pois cada um tem algo que não pode ser movido por ponderações alheias: Sonhos!
Assim, pense duas vezes antes de “pisar” nos outros, pois, assim, estará pisando nos sonhos deles. Ou também não peça aquilo que o outro não possa lhe oferecer, pois, às vezes, o que é oferecido é pouco, mas para quem oferece, representa muito. Cabe aqui um poema de W. B. Yates:

“Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob os teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos.