Só sei que ao olhar no espelho de
manhã, vejo-me diferente a cada dia e, aos poucos, tudo vai mudando. Uma vez li
que a voz é a primeira coisa que esquecemos. Há uma verdade nisso. No entanto,
quando a saudade bate forte, olho para o céu e esbravejo: “Então é assim, Deus,
que será nossa relação daqui pra frente?”. A resposta nunca veio.
Nunca fui bom em despedidas, já
escrevi algo assim antes. Já fui frio, distante e talvez maldoso. Não há nenhum orgulho nisso. Já
quis pular da ponte na esperança de um anjo me buscar e mostrar como seria
minha vida sem mim. Mas apenas vejo como ela é sem você. Rezei aos céus para voltar no
tempo e corrigir algum momento que faria tudo ser diferente, mas não posso. Que
crueldade, penso. O mundo continua girando e não para porque você está tendo uma crise. E se aprendi algo com o filme “Questão de tempo”, não importa
quantas vezes voltemos ao passado, às vezes nada faria algo mudar. Destino ou
coincidência, fica por sua conta.
Apenas vejo que a vida passa, em linha reta ou não, e se
não a aproveitarmos, estaremos jogando fora as pequenas e singelas formas de sermos
felizes que cada dia comum nos apresenta. Mas, apenas supostamente, se me perguntarem sobre o passado, numa mesa de
bar, numa madrugada fria de uma cidade qualquer, com certa nostalgia no peito, talvez eu confesse que você ainda permanece em mim, que não teve um dia sequer em que
não me lembrei de você, e que, onde quer que você esteja, eu estarei te enviando
amor.
Há pessoas com as quais permaneceremos sempre conectados, pelo quanto elas foram marcantes nas nossas vidas. É como se houvesse um "antes e depois" delas, vamos levá-las para sempre conosco, não importa a ausência. Acho que essa também é uma faceta do amor, pois a um certo ponto a gente consegue transcender a questão da "posse" e ficamos somente com o melhor que aquela pessoa nos deu. Lindo texto!
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