Toda história começa com um “Era
uma vez...”, mas ele não gostava disso. Vivia sempre no presente e escondia seu
passado para conversas despropositadas de bar. Nunca gostou da ideia de deixar
tudo para depois. O tal do “depois” nunca chegou para ele e só de pensar nisso
já era perda de tempo. Talvez fosse culpa do seu mapa astral. A vida dele não foi fácil, o calor incomodava-o e o frio
não o deixava dormir. Preferia acordar cedo, pagar suas contas e rir um pouco. Sentia
uma melancolia no fim da tarde como se os sonhos fossem embora com o último
raio de sol sobre a linha do horizonte. A noite não exigia planos, mas atitude,
um copo cheio e histórias a visitar durante a madrugada. Usava sempre duas
toalhas e gostava de dizer “Oi, tudo bom?” com os olhos. Gostava de falar, mas
sabia ouvir. Sempre acreditou que as pessoas têm muita opinião de tudo, mas
pouco ouvidos. Gostava de ler e escrever. Tinha um vício na sétima arte e
adorava provocar o sorriso em uma linda garota. Sempre mostrava um pouco de si
aos poucos. Para ele, o interesse deve ser conquistado sempre no crédito, nunca
à vista.
Crédito seguro e irrestrito.
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