Uma vez li: “Não quero a
opinião do jornalista, dele eu espero os fatos. Opinião eu tenho a minha”. Diante
de protestos, lutas e lamentações nos últimos tempos, paramos para analisar
nossa democracia e nossos hábitos. Calma, este não é um texto político, tampouco tentarei
esmiuçar tal temática divergente e polêmica, apesar de saber claramente que
temos sim uma democracia consolidada e legítima, no entanto, sofremos pelas
escolhas feitas diante daquela caixa de ferro a cada quatro anos. Mas deixemos
isso de lado.
Penso sobre o seguinte:
discutimos, exaltamo-nos e até perdemos amigos por convicções maniqueístas e
desproporcionais por nada. O resultado pode ser previsto, bem mais do que
imaginávamos. Creio que vivemos uma ditadura imposta por meios tecnológicos e modas
infundadas. Vivemos a ditadura da imagem e pseudomoralismo.
Quantas vidas são perdidas sob a
névoa da ingratidão, do orgulho e da futilidade? Quantas vezes você já mudou de
dieta? Quantas vezes não deu bom dia quando chega ao trabalho? Quantas vezes
não se escondeu atrás da multidão e não bateu palmas ao fim de um discurso?
Quantas vezes não atravessou a rua para não cruzar com um medigo logo a frente?
Quantas vezes mudou para a novela porque assim se distraía melhor? Quantas
vezes somente apertou as mãos quando queria mesmo era dar dois beijos num
encontro? Quantas vezes deixou de contemplar um bom samba para ouvir um blockbuster
musical americano qualquer? Quantas vezes pensou em uma desculpa quando queria dizer não? Quantas vezes esqueceu de sua origem e de como chegou onde está?
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