Lembranças são partes da vida que
ficaram para trás, mas que, em sua maioria, colaboraram para construir o que
somos hoje. Quem me conhece sabe que costumo lembrar, reconstruir pensamentos,
mas nunca buscar corrigir algo, pois tudo já passou. Um amigo hoje me mandou
uma mensagem, e as lembranças vieram no rodapé.
A nostalgia é um sentimento que
me incomoda, mas é bom, por sinal. Surgi para fazer você não esquecer do pouco
que passou, viveu para estar onde conseguiu chegar. Se não sente nada ao se
lembrar, é porque não viveu verdadeiramente aquele momento. Simplesmente
passou. Lembrar das idas ao São Francisco para ver filmes, das ladeiras ao som
do brega do sábado a noite, do banheiro com a placa “beco da bosta”, de dormir
em uma rede sob o ar-condicionado e passar madrugadas com Lars Von Trier,
Kaufman, Allen e R. Kelly foi arrebatador naquele momento em minha vida. Uma
verdadeira reconstrução audiovisual, de vida, e, ao mesmo tempo, a concretização
de uma ótima amizade.
Meu amigo disse que “a vida tem
disso mesmo”. É verdade. Ela, por si só, não possui existencialidade própria,
mas seu significado aparece nos momentos em que nos dedicamos a algo ou
compartilhamos objetivos. Ver que algo foi importante, é lembrá-lo com
nostalgia, ou melhor, saudades.
A um amigo.
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