Olhar, sorrir, mentir. O amor
abre espaços para enganos. Enganamo-nos para viver a dois. A beleza da
cumplicidade e a frieza da indiferença convivem lado a lado. Quando você acerta
é porque errou há tempos. Possivelmente já perdoou seus arrependimentos e encontrou
novos motivos para pedir desculpas. Como vivemos eternamente enganados no amor?
Talvez porque o engano retira-nos
da mesmice sentimental. A apatia de nosso conforto é provocada pelo interesse
afetivo, que cresce e se distribui promiscuamente em nossos pensamentos. O
interesse é orgulhoso e objetivo. A minha mente me sabota quando durmo. A
dúvida da humanidade é saber se evoluímos com os nossos amores e enganos, ou
apenas enterramos velhos sentimentos em um cemitério de recordações não
vividas.
Lembrei, lendo hoje este poema:
“Como nos enganamos fugindo ao
amor, como o desconhecemos talvez com receio de enfrentar, sua espada coruscante,
seu formidável poder de penetrar o sangue e nele imprimir uma orquídea de fogo
e lágrimas”.
Foto do filme: Brilho eterno de uma mente sem lembranças
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