Não há mais nada aqui de você. Tudo
foi embora. Deus abençoou meu sonho, minha intenções. Foi assim que acordei e
deixei minha cama em seu eterno sono abaixo da janela que há tempos prometo consertar. Com um ar de alegria, pensara que
a noite tivera sido perfeita, pois você não estava comigo, não, apenas meu
lençol e meu celular na cabeceira que trouxe de outra época. Lembrar que você
perseguia-me sem saber, sufocava-me sem intenção, ria de mim mesmo longe da
porta da minha casa. Mas estava feliz.
O sol que outrora se escondia
detrás das nuvens negras, suas vassalas, agora ilumina meu dia e não permite
que o frio de seus lábios molhem minhas lembranças com a nostalgia que
acompanhara minhas noites de contos inventados. Já fui russo por muito tempo,
então fuja de mim românticos suicidas e vodkas despretensiosas! Não mais!
Sabemos que tudo, nesse caminho
sem volta, acompanha-nos como a inércia e repugnância de uma simbiose de
sentimentos que não fazem mais sentidos e que, por isso, devem ser largados em
nosso “Ser”. Deixe-me apenas com o que tenho de bom em mim, isso eu faço
questão de preservar. Assim, sei que nada nos deixa, mas que pode mudar e que
será sempre parte de mim, mas nunca eu por completo. Assim tudo passa.
Agora preciso ir, e pegar o
caminho que você não viu. Assim, suas memórias me deixarão passar.
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