"Às vezes as
pessoas têm que fazer algo imperdoável só para continuar vivendo".
As pessoas temem a
mente perturbadora de algumas pessoas, ainda mais quando pagam para conhecê-la,
destaco aqui a do cineasta David Cronenberg (Um método perigoso). Eu gosto;
porque adoro sair tonto do cinema, ou no caso da minha casa mesmo. Ficar em silêncio
horas, na tentativa de digerir vorazmente o que acabo de ver. Isso ocorreu ao
assistir “Um Método Perigoso” (2011). Frases como a supratranscrita
acabam com meu sono, para variar. E ela começa e termina assim: “Meu amor por
você foi a coisa mais importante na minha vida. Por bem ou por mal, me fez
entender quem eu sou. Às vezes as pessoas têm que fazer algo imperdoável só
para poder continuar vivendo.”. E mais: “O resto é silêncio”.
Não é fácil um
pensamento desse te cutucando o juízo, com “aquela” sessão de que, no fundo,
você já sabia... É uma verdade, daquelas que dói quando nos vemos diante desse
espelho (outro método perigoso: o de saber se enxergar de dentro para fora e de
fora pra dentro, feito reflexo.Tente.).
É um filme preciso, cirúrgico, metódico e sistemático, assim como David Cronenberg. E devastador!, com sua brilhante ideia de mostrar o encontro de Jung e Freud, às vésperas da primeira Guerra Mundial e pós-guerra (e, também, a “guerra” travada entre esses dois gênios). O encontro com Sigmund Freud (Viggo Mortensen) faz Jung ficar entalado entre a interpretação de certas neuroses pelo viés sexual (teoria da qual não discorda, mas acha limitante) e o amor, cada vez mais latente, por sua paciente. Jung experimenta métodos, ensinando a profissão a Sabina e quebrando as próprias regras. E aí vem, como quase tudo na vida, a culpa social, um dos motivos que faz com que qualquer pessoa embarque na loucura.
O cinema de Cronenberg é tão poderoso a ponto de nos presentear com diálogos inteligentes e imagens fantásticas: pontos altos do filme. “Anjos sempre falam em alemão”, diz-se (uma das muitas frases sarcásticas). Assim como “O Prazer nunca é simples”, complementa. A perspicácia das conversas torna o filme sóbrio, adulto e espetacular, mitigando tabus.
É um filme que merece ser visto e revisto. E é aí que eu entro e saio, pondo pulgas atrás da sua orelha, meu caro leitor, feito uma dica para um domingo tão monótono (isso para alguns,quando não tem praia ou um jogo do Mengão, rs) ... Desperte sua simples vontade de falar o óbvio e sentir o comum, pois isto está em falta atualmente.
É um filme preciso, cirúrgico, metódico e sistemático, assim como David Cronenberg. E devastador!, com sua brilhante ideia de mostrar o encontro de Jung e Freud, às vésperas da primeira Guerra Mundial e pós-guerra (e, também, a “guerra” travada entre esses dois gênios). O encontro com Sigmund Freud (Viggo Mortensen) faz Jung ficar entalado entre a interpretação de certas neuroses pelo viés sexual (teoria da qual não discorda, mas acha limitante) e o amor, cada vez mais latente, por sua paciente. Jung experimenta métodos, ensinando a profissão a Sabina e quebrando as próprias regras. E aí vem, como quase tudo na vida, a culpa social, um dos motivos que faz com que qualquer pessoa embarque na loucura.
O cinema de Cronenberg é tão poderoso a ponto de nos presentear com diálogos inteligentes e imagens fantásticas: pontos altos do filme. “Anjos sempre falam em alemão”, diz-se (uma das muitas frases sarcásticas). Assim como “O Prazer nunca é simples”, complementa. A perspicácia das conversas torna o filme sóbrio, adulto e espetacular, mitigando tabus.
É um filme que merece ser visto e revisto. E é aí que eu entro e saio, pondo pulgas atrás da sua orelha, meu caro leitor, feito uma dica para um domingo tão monótono (isso para alguns,quando não tem praia ou um jogo do Mengão, rs) ... Desperte sua simples vontade de falar o óbvio e sentir o comum, pois isto está em falta atualmente.
Texto adaptado de
uma coluna de jornal
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