Naquela velha casa havia coisas
antigas, um assoalho frio e paredes descoloridas. Havia, também, quadros na
parede de pintores desconhecidos, além de uma intensa saudade presente no ar. Alguns sabiam que
aquela casa existia, e bem poucos já tiveram o privilégio de conhecê-la por
dentro. Abrir a antiga porta de entrada, pisar no tapete empoeirado, andar pela
pequena sala com seus poucos móveis ancestrais. Havia uma pequena luz que
iluminava o sofá do século passado cor de vinho e de tecido europeu. Era uma
casa simples, mas que contava muito de si. As paredes eram o museu para as
pequenas obras de arte que desencadeavam emoções diversas, uma quase melancolia
invadia a alma ao ver aquelas pinturas. Ao fim de um estreito corredor, um
quarto. Apenas um. Uma cama grande, branca e encorpada ocupava quase todo o
espaço. Uma escrivaninha de madeira ocupava o seu lado, com porta-retratos, sem fotos. Dentro de
uma gaveta, velhas cartas, com letras amorosas, que revelavam um passado
bucólico entre duas pessoas. As letras contavam uma humilde história de amor. Quem
chegava ao ponto de ver aquela velha casa, sabia que nada poderia retirar dela,
tampouco os sentimentos que ali moravam, sem ninguém nela residir. As pessoas,
entravam, saíam e levavam lembranças nunca vividas, porém nunca esquecidas.
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