sexta-feira, 10 de outubro de 2014

...mais um devaneio eleitoral


Comparando os dois planos de governo e estritamente o aspecto econômico, que é o que mais pesa numa administração pública e reflete-se em toda a sociedade, vemos duas vertentes opostas, mas não comparáveis. Não podemos fechar-nos em uma visão geral, temos que analisar o contexto e a própria fisiologia do país em que vivemos.

Historicamente, o Brasil tendeu (até porque nada é perfeito) a ser um Estado Social, natureza dada pela CF/88, vertente não vislumbrada, ou meramente descartada, na pretensa ação econômica do partido tucano. Esse afirma que o que país tem feito é errado, isso porque é comparado com a ótica Neoliberal. A economia não é uma ciência exata, deve-se ter uma ponderação com o modelo de Estado adotado. Bem, o fato do PSDB ter dado as diretrizes do Bolsa Família, isso não o torna o desenvolvedor de uma política social. A visão econômica do atual governo não é igual ao PSDB, é muito mais ampla que isso.

A política esquerdista deu ênfase à universalização de serviços públicos essenciais e sociais, principalmente depois do lançamento do Brasil Sem Miséria cujos pilares são política de transferência, ampliação do acesso a serviços e inclusão produtiva. É certo que pode não ser a mais progressista, mas levemos em conta que o déficit social do país é centenário. Méritos também à política keynesiana que atuou firme durante a crise mundial, com o país gastando e investindo, em vez de entrar em recessão e arrocho junto com os temerários países europeus. Além disso, o Bolsa Família é sim compatível com um estado neoliberal, mas um estado SOCIAL está longe de compatibilizar-se com uma filosofia neoliberal.

Eu não acredito nesse modelo de Estado Mínimo para o desenvolvimento socioeconômico de um país tão desigual como o Brasil. Exemplo é que o candidato PSDBista propõe concessão de crédito fácil a médico para construção de seus consultórios, isso é PRIVATIZAÇÃO da Saúde! A historia também nos mostra que não foi com medidas neoliberais que países se desenvolveram de forma igualitária. Vamos olhar para a sociedade e ver o quanto um país pode crescer com a política e gestão adequadas às suas finalidades.

Não sou de Partido algum. Sou do Nordeste sim, tenho afinidades com a esquerda e uma linha de pensamento que é fruto do que eu analiso da política do país, humildemente.

Um comentário:

  1. Perfeito. Só uma observação em relação à "tendência" para o desenvolvimento, no Brasil, de um "Estado Social. É discutível falar desta "tendência" em quaisquer dos momentos de nossa história. Mas, a partir de 1930, e sobretudo depois da Constituição de 1988, muitas das políticas e institutos jurídicos implementados estão coerentes com criação de um "Welfare State", ainda que pálido.

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