Num Oscar monopilizado pelo efeito “Barbenheimer”, meu voto de melhor filme vai para Past Lives (Vidas Passadas) uma produção da Coreia do Sul/EUA da diretora Celine Song. Ontem o assisti e estou pensando nele até agora. Contando a história de dois amigos que se separam quando crianças (a garota vai morar no Canadá e EUA) e tentam se encontrar depois de adultos. O filme trata sobre a impressão que deixamos nas pessoas após nossa partida.
Ela se torna uma pessoa
diferente, inclusive mudando de nome, acaba absorvendo a cultura ocidental, enquanto
ele permaneceu na Coréia com os mesmos costumes e hábitos. A diferença não
apenas de cultura, mas de vida, seria suficiente para que eles tivessem um novo
momento juntos depois de 24 anos separados? O filme é perfeito em explorar esse
encontro dos dois, já que, como explica uma cena do longa, há pessoas que
se vão e outras que ficam. Gostar de alguém está em justamente ser quem se é.
Os diálogos são cheios de
significados, embora bem simples. A cinematografia com planos distantes ou foco
no ambiente, explora bem essa imensidão que separa os dois que, embora juntos,
estão em momentos diferentes. O filme levanta a ideia de que se alguém entra na
nossa vida é porque tivemos algo com essa pessoa em vidas passadas, numa outra
realidade. Acontece quando você encontra alguém e parece que já conhece essa
pessoa de algum lugar, sabe? É sobre isso. Pra mim, foi uma obra quase
hipnótica. Fique preso à história pois me vi representado nos sentimentos dos
personagens, uma vez que, assim como eles, eu também já tive que deixar minha
vida, minha cidade, morar em lugares diferentes e até voltar a minha origem
para descobrir os laços que me ligam a algumas pessoas.
Se você gosta de refletir se
existe algum “destino” ou um fio invisível que liga as pessoas na sua vida,
esse é um bom filme para sentar com calma e pensar sobre isso. Assim como serve para pensar no ato de ir embora, pois, como diz no filme "quando você deixa algo para trás, você ganha algo também". Embora ache que não leva a estatueta,
no meu coração, esse é o vencedor do Oscar.
Olha, o Oscar do meu gosto também vai para ele. Concordo em tudo. Estava torcendo por Barbie e gostei de Anatomia de uma Queda, mas esse foi incrível. Como você disse, ele tem bons diálogos simples, mas, principalmente, tem silêncios de cortar o coração. Em alguns momentos, me lembrou As Pontes de Medison, que é mais adulto e mais pesado, e cada um é ótimo do seu jeito. Também fez pensar em O Som do Silêncio por causa das questões de linguagem e compreensão. Você falou sobre os planos abertos e, de fato, as duas cidades também protagonizaram o filme. Acho que não vai levar o Oscar agora mas, mas, aqui a uns anos, vai ser o filme cult que estampará camisas adolescentes. Tô contigo na torcida pela estatueta
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