quarta-feira, 16 de março de 2022

Nota de 32

Esses dias estava pensando se ainda valeria a pena manter este moribundo blog, já que cada vez mais estou tendo dificuldade em sentar e escrever algo minimamente interessante devido a essa vida de adulto que é pagar contas, trabalhar, ver amigos e arranjar tempo para ter uma saúde mental adequada, seja lá o que isso for ou se é que já tive um dia. Além disso, é de conhecimento de todos que um dia passaram por esta página virtual, que este blog sempre foi um projeto individual, íntimo. Nunca tive a proposta de viralizar em nada, tampouco ser popular, algo que nunca fui nessa minha vida de cringe que cresceu nos anos 90. Entre algumas histórias, várias não estão aqui, seja por privacidade, seja por vergonha mesmo. Na verdade, boa parte das minhas experiências não foram aqui registradas, até por que gosto de misturar veracidade e ficção, assim, o leitor nunca sabe ao certo se aquilo foi vivido ou criado (a não ser que a pessoa me conheça ou me pergunte, aí não tenho problema em responder). 

Bem, dia 30 deste mês completo 32 anos e começo a pensar que comecei aqui quando tinha apenas 20, usando meu finado Windows XP, no quarto da minha casa, com um "gato" na internet a cabo dividida com o vizinho, lá no saudoso bairro da Cohab, na ilha de São Luís/MA. Estava na faculdade, tinha feito cirurgia, estava sozinho e tinha passado por um ‘perrengue’ amoroso quase-traumatizante. Esse era o contexto. Eu era um garoto. E o tempo passou. Nesses doze anos vivi e escrevi muita coisa, algumas publicadas e outras perdidas nas gavetas empoeiradas da vida. Nesses doze anos, cresci, mudei fisicamente, de cidade, de estado, consegui um emprego estável, viajei a lugares novos, aprendi idiomas, conheci pessoas, perdi pessoas, descobri o valor da companhia, do amor, da solidão e da saudade. Portanto, respondendo a pergunta no começo, penso que, se eu não escrever um livro, ao menos terei este singelo blog para me lembrar quem fui e quem sou, logo, para mim, vale a pena mantê-lo aqui, discreto e escondido, nessa terra-de-ninguém chamada internet.

Ps. Eu tinha 20 anos na foto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário