Essa foi a última obra do
aclamado diretor Stanley Kubrick, que morreu logo após o longa. Inicialmente,
não foi bem recebida pela crítica, no entanto, com o tempo, foi-se percebendo
as sutilezas e genialidades do diretor, que acabou por não ver sua obra
finalizada.
Acompanhamos a história do casal
Bill (Tom Cruise) e Alice (Nicole Kidman), ricos e com um casamento
aparentemente perfeito, que ao irem em uma festa de gala, cada um acaba por
flertar com outras pessoas, colocando à prova o casamento e mostrando que a
relação não era tão perfeita assim. Bill flerta com duas modelos, enquanto
Alice dança com um desconhecido que claramente apenas quer leva-la para a cama.
Após a festa, em casa, o casal acaba discutindo e Bill fica transtornado ao
ouvir uma confissão de Alice, dizendo que tinha se apaixonado por um marinheiro
assim que eles se casaram e que largaria tudo para ficar com ele se tivesse uma
chance. Bill então sai de casa para atender a um chamado – ele é médico – e
acaba por perambular pelas ruas de uma sombria Nova York.
Bill interage com várias pessoas
e, após saber de uma festa secreta através de um amigo pianista, acaba indo
fantasiado a uma mansão isolada. Nesse momento, creio que fica mais
interessante ao leitor assistir ao longa e tirar suas conclusões desse terror
criado pelo Kubrick. De olhos bem fechados trata sobre relações, pecados,
desejos reprimidos e falta de comunicação. Ao andar pela cidade, sob uma trilha
sonora macabra feita apenas com o som de teclas de piano, Bill busca uma fuga
de sua realidade conjugal ao tentar fazer coisas que normalmente não faz. No
fundo, os personagens sucumbem aos desejos, mostrando que somos animais,
vestindo fantasias de humanos civilizados.
De olhos bem fechados é um dos
filmes que mais gosto e admiro do Kubrick, é um suspense que parece um sonho, mas
com conotações e alegorias sobre instintos e desejos bem reais e que denunciam
nossa condição humana.
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